Embora a Espanha e o Império Otomano tenham sido rivais na luta pelo controle do Mediterrâneo ao longo da maior parte do século XVI, ao final do século e início do seguinte, o surgimento de novas variáveis – em especial, a chegada dos espanhóis à América – acabou por deslocar a atenção de ambos os Estados para outros objetivos. Durante os séculos XVII e XVIII, tanto a Espanha quanto o Império Otomano perderam paulatinamente sua força diante de novas potências europeias, como a França, Inglaterra e Rússia. Nesse contexto, o Tratado de Amizade e Comércio de Constantinopla, celebrado entre as duas nações em 1782, restabeleceu relações comerciais e diplomáticas, a princípio beneficiando a Espanha, carente de divisas advindas de comércio, e o Império Otomano, que começava a se sentir encurralado pelo expansionismo russo e para quem o tratado com a Espanha contribuiria para a segurança no Mediterrâneo. A evolução política europeia após a Revolução Francesa e a aproximação da Espanha com o império napoleônico, que tinha interesses expansionista contrários à Porta, no entanto, inviabilizaram a continuidade do tratado.