Grupo indígena do tronco linguístico Macro-Jê, viviam no sudeste da América portuguesa, nos atuais estados do Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, no território banhado pelas bacias dos rios Paraíba do Sul, Grande e Doce. Com população estimada em oito mil pessoas nos anos iniciais de colonização, os relatos sobre os Puris são devidos aos cronistas europeus, que, com frequência, identificavam-nos como bravos, selvagens, guerreiros, indomáveis. É atribuído ao corsário inglês Anthony Knivet o primeiro registro sobre os Puris, quando em expedição pelo vale do rio Paraíba entre os anos de 1596 e 1597. Sucederam-se as notícias de Wilhelm Ludwig von Eschwege e Maximiliano Alexandre Philipp Wied-Neuwied, que os descrevem como de baixa estatura, “robustos, largos, achatados, pescoço curto e grosso, formas arredondadas, pés largos e dedos grandes, pele macia de cor parda-escura, cabelo comprido liso de cor negra, sem cabelo nas axilas e peito, rosto largo, testa estreita, nariz curto, olhos pequenos, boca pequena e dentes claros”, nas palavras dos naturalistas Johann Baptist von Spix e Carl Friedrich Martius. Além de embates com grupos que habitavam a região, como os Botocudos, os Puris foram alvo de um forte processo de catequização, notadamente em função da mineração, que provocou um extermínio efetuado por expedições desbravadoras. Tidos como extintos, foram identificados, pelo censo do IBGE de 2010, 675 Puris, com maior concentração em Minas Gerais, que guardam a língua, a história, os costumes e outros saberes.