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Queijo

Produto derivado do leite (de vaca, cabra, ovelha, búfala), há registro de blocos de leite sólido e fermentado desde o neolítico, e atualmente é consumido sob uma enorme variedade de formas, texturas, gostos e consistências. A produção de queijo coincide com a domesticação e criação de animais produtores de leite. Os relatos de viajantes que passaram pelo Brasil desde a época da colônia, registram, ainda que parcialmente, a produção e o consumo de queijo por aqui. A pecuária começou a se desenvolver na América portuguesa desde a primeira metade do século XVI, mas os animais eram preferencialmente usados para o leite e a tração animal nos engenhos. Até o século XVIII, a maior parte do queijo que se consumia aqui vinha de Portugal, e chegava bastante curado quando não velho ou rançoso. Foi com o desenvolvimento das minas e a interiorização do território em busca de ouro que a produção do queijo (e também da manteiga) começou a se desenvolver, graças ao aumento dos rebanhos no interior para suprir as necessidades de alimentação de uma população que se concentrava ao redor das minas, e à carência de conservação do leite produzido. Um dos problemas para a sua produção na época colonial era a escassez de sal, que chegava importado de Portugal e alcançava, aqui, preços muito altos para os pequenos produtores. Até o século XVIII, o consumo de queijo pela população mais pobre era bastante limitado por todo o país, mantendo-se, como dizia o padre José de Anchieta, “um alimento só para os ricos”. Apenas a partir do início do século XIX, com a presença da nobreza portuguesa e os hábitos alimentares trazidos por ela da Europa, o queijo começou a se tornar um alimento mais acessível e conhecido, indispensável nas mesas mais abastadas.

Tags: minas , manteiga , sal