Fécula roxa que se prepara a partir de duas espécies de líquens, comumente encontrado nas ilhas do Atlântico norte, produz uma tinta de tom púrpura muito procurada pelas manufaturas europeias da época moderna como corante de tecidos. Açores, ilha da Madeira, Cabo Verde e o arquipélago das Canárias foram os principais exportadores de urzela desde princípios do século XV. De aspecto parecido com um musgo, a urzela era colhida em rochas e penedos junto ao mar e exportada sem qualquer tratamento para a Europa. Utilizando como técnica a maceração do líquen com água quente ou urina humana, obtinha-se tintura de cor vermelha violácea, que alcançava altos preços. Por esta razão, sua comercialização desempenhou importante papel na economia do Império Português e constituía exclusivo da Coroa, tendo holandeses e ingleses como principais parceiros. No século XIX, a urzela foi redescoberta como produto comercialmente viável na costa da África. O valioso líquen adaptou-se bem às terras brasileiras, onde também foi explorado. A urzela é usualmente encontrada nas relações de especiarias extraídas pelos portugueses do território brasileiro, conhecidas como Drogas do Sertão.