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Áustria

As relações entre o Brasil e a Áustria remontam ao começo do século XIX. Em 1815, à época do Congresso de Viena, depois da derrota definitiva de Napoleão na península Ibérica, têm início constantes pedidos do Reino reclamando o retorno do príncipe d. João e da Corte a Portugal, já livre da ocupação francesa. Consta ter partido do primeiro-ministro francês, Talleyrand, a sugestão da elevação do Brasil a Reino Unido de Portugal e Algarves, podendo assim o regente permanecer mais tempo em terras brasileiras. Em 1816, foi acordado o casamento entre o príncipe herdeiro d. Pedro de Alcântara e a arquiduquesa da Áustria, d. Leopoldina. A ilustrada e refinada futura princesa chegou ao Brasil em 1817, seguida de um séquito de damas e acompanhantes, e também de artistas, naturalistasbotânicos, o que ficou conhecido, posteriormente, como a missão austríaca, justificando a fama de instruída, inteligente e amante das artes e das ciências atribuída à princesa. Os naturalistas Karl Phillip von Martius e Johann Baptist von Spix integraram a viagem de exploração e conhecimento do Brasil, que resultou na célebre obra Viagem ao Brasil e, depois, na igualmente importante Flora Brasiliensis. O botânico Martius foi também responsável por um dos primeiros textos historiográficos do Brasil, a memória Como se deve escrever a história do Brasil, vencedora do concurso promovido pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) em 1840 e publicado em português em 1845. O casamento com d. Leopoldina propiciou um estreitamento das relações entre Brasil e Áustria a partir do período joanino, inclusive no comércio entre o Reino Unido português e a potência europeia, sobretudo depois de declarada a independência brasileira em 1822, com apoio da futura imperatriz. A Áustria foi um dos primeiros países europeus a reconhecer a independência, depois apenas da Inglaterra e de Portugal, em 1825, tendo firmado, já em 1827, um Tratado de Navegação e Comércio bastante vantajoso com o Brasil, no qual tinha os mesmos benefícios alfandegários que a Grã-Bretanha.