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A viagem de Alexandre Rodrigues Ferreira

Publicado: Quinta, 21 de Junho de 2018, 17h33 | Última atualização em Quarta, 12 de Mai de 2021, 14h15

Carta dirigida ao ministro de Estado da Marinha e dos Negócios Ultramarinos, Martinho de Melo e Castro, em 18 de março de 1788, por Martinho de Souza e Albuquerque, informando o envio de caixotes de anil para a corte. Menciona uma carta do capitão João Pereira Caldas informando a posse de Manoel da Gama Lobo no governo do Rio Negro e a chegada do desenhador José Joaquim Freire para compor a expedição do naturalista Alexandre Rodrigues Ferreira. Solicita ainda canoas, índios e mantimentos para a dita expedição.

 

Conjunto documental: Correspondência original dos governadores do Pará com a Corte. Notação: códice 99, volume 09.
Datas-limite: 1788 – 1788
Título do fundo: Negócios de Portugal
Código do fundo: 59
Argumento de pesquisa: Alexandre Rodrigues Ferreira
Data do documento: 18 de março de 1788
Local: Pará
Folhas: 25, 25v. e 26

 

Ilustríssimo e Excelentíssimo Senhor

Pelo recibo, que está acompanha, será a Vossa Excelência constante que fiz embarcar na charrua[1] dezenove caixões de anil[2], para serem entregues a ordem de Vossa Excelência nessa Corte: igualmente remeto a cópia da carta, que João Pereira Caldas[3] me escreveu quando fez aquela remessa, visto que o mesmo me pede que envie à Vossa Excelência a dita cópia, assim como a da relação do referido gênero. No dia nove do presente mês tive carta do mesmo João Pereira Caldas, escrita em doze de fevereiro, em qual me diz lhe continua a sua moléstia pelo que diz respeito ao embaraço das pernas, e do pouco dormir, mas que tem nutrição, não tem fastio, e vai vivendo, sem se achar contudo a sua queixa mais agravada. Igualmente me participou ter Manoel da Gama Lobo[4] tomado posse no dia nove de fevereiro do governo do Rio Negro[5], que Sua Majestade lhe conferiu, e certificando-me o mesmo, o referido governador em carta, que me escreveu de doze do dito fevereiro. Acha-se nesta cidade por mando do sobredito João Pereira Caldas o Desenhador José Joaquim Freire[6], que vem prover-se a esta cidade do que se lhe faz preciso para o seu transporte para Mato Grosso, para onde me diz o Capitão General João Pereira Caldas deve ir o Doutor Alexandre Rodrigues Ferreira[7], e seus companheiros, e para este transporte me requer agora o referido João Pereira Caldas canoas, índios, mantimentos, e outras coisas mais, que fico aprontando para lhe remeter, e a seu tempo enviasse a V. Exª. de tudo que lhe for, uma relação.

Hoje faço daqui expedir também duas canoas para Barcelos, que levam dinheiro, diversos gêneros, e mantimentos para o consumo da Expedição das Demarcações[8], indo tudo a entregar a ordem do Capitão General João Pereira Caldas, e igualmente lhe envio nesta ocasião os três caixotes com instrumentos destinados para as Demarcações do Rio Negro, que V. Exª. me dirigiu na charrua, e acusava no seu aviso de trinta do mês de outubro próximo passado, que me foi entregue no último de dezembro.

 Deus guarde a V. Exª. Pará

18 de março de 1788

 Ilmo. e Exmo. Sr. Martinho de Mello e Castro[9]

 Martinho de Souza e Albuquerque[10]     

 

[1] CHARRUA: navio de três mastros e um grande porão, mas de pequena capacidade para armamentos. Em atividade desde a segunda metade do século XVII e em parte do XIX para o transporte de víveres, munição, tropas, foi regularmente empregado no tráfico de africanos escravizados, a exemplo do que se fazia entre Lisboa e a Costa da Mina. Embora exista pouca bibliografia sobre a charrua, estudos desenvolvidos sob os mais variados enfoques, como a história militar portuguesa ou o comércio negreiro, mencionam essa embarcação, indicando seu uso recorrente.

[2] ANIL: as anileiras designam uma grande variedade de espécies, a maior parte delas pertencentes ao gênero botânico Indigofera. Arbusto típico das regiões de clima tropical, de cujas folhas se obtinha uma tintura azul altamente cobiçada pela indústria têxtil até o século XIX, quando foi substituído pelo anil sintético. No Brasil, as primeiras tentativas de cultivo ocorreram entre os séculos XVII e meados do XVIII com pouco sucesso. A intensificação dessa produção se deu a partir da segunda metade do Setecentos, principalmente devido à promoção do cultivo a partir do governo do marquês do Lavradio (1760), no âmbito da política fomentista do marquês de Pombal, quando é promovida a produção do anil na capitania do Rio de Janeiro Além do declínio aurífero e do incentivo à atividade agrícola, a Revolução industrial inglesa gerou um mercado propício à exportação do anil, cujo auge foi alcançado na década de 1790, quando o monopólio real foi relaxado. Devido ao reavivamento promovido pela Inglaterra na indústria indiana e às guerras napoleônicas, o anil produzido no Brasil sofreu forte concorrência e deixou de ser exportado a partir de 1818.

[3] CALDAS, JOÃO PEREIRA (1724-1794): nasceu na freguesia de Cambeses, em Monção, Portugal e seguiu carreira militar, servindo como sargento-mor durante o governo de Francisco Xavier de Mendonça Furtado, irmão do marquês de Pombal, no Pará. Primeiro governador da capitania do Piauí (1761 e 1769), sua administração promoveu o confisco dos bens dos jesuítas e sua expulsão, em conformidade com as diretrizes pombalinas, e também se encarregou de acabar com os abusos, extorsões e fraudes contra o patrimônio da Coroa. Voltaria a ocupar o cargo de governador três anos mais tarde, quando comandou o Estado do Grão-Pará, desempenhando papel fundamental na Viagem Filosófica conduzida pelo naturalista Alexandre Rodrigues Ferreira. Destacou-se como o agente estatal local que serviu de intermediário entre o naturalista e a secretaria de Estado dos Negócios Ultramarinos, o que se verifica na vasta correspondência. Tomou parte nas expedições de demarcação de limites decorrentes do Tratado de Santo Ildefonso (1777) como Ministro Plenipotenciário à 4.ª Divisão das Reais Demarcações. Ainda como administrador, colaborou ativamente com a remessa de produções naturais da colônia para metrópole portuguesa enriquecendo o Real Gabinete da Ajuda, os gabinetes de História Natural da Universidade de Lisboa e da Academia Real das Ciências de Lisboa, além da coleção particular da rainha. Retornou a Portugal em 1789, quando passou a integrar o Conselho Ultramarino, vindo a falecer em Lisboa cinco anos depois.

[4] D’ALMADA, MANOEL DA GAMA LOBO (1745-1799): militar português, cumpriu degredo ainda jovem na praça de Mazagão, no Marrocos africano. Em 1769, lhe foi concedido o perdão real do degredo. Chegou à Amazônia em janeiro de 1770 para comandar a fortaleza de Gurupá e o governo da Praça de São José de Macapá. Em 1771, comandou a instalação das famílias portuguesas provenientes da África na vila Nova Mazagão, sul do atual estado do Amapá. Promovido a sargento-mor, solicitou-se, em 1773, seu regresso à fortaleza de Macapá, assumindo o governo da vila de Macapá. Em 1784, assume o comando da parte superior do Rio Negro até o lugar de Santa Izabel, fiscalizando as fronteiras com os territórios espanhóis e fazendo o reconhecimento da região. Finalizou os dados relativos à hidrografia e às vias de comunicação entre o rio Negro e o Solimões e procedeu à exploração o vale do Rio Branco, registrada em Descrição Relativa ao Rio Branco e seu Território, onde implantou as primeiras fazendas de gado. Elevado a brigadeiro, foi empossado governador da capitania de São José do Rio Negro em 9 de fevereiro de 1788, assumindo também o comando das expedições de demarcação de limites decorrentes do Tratado de Santo Ildefonso, em substituição a João Pereira Caldas. Como governador, transferiu a capital da vila de Barcelos para Barra do Rio Negro em 1791. A administração de Lobo d’Almada na Amazônia se destacou por sua capacidade administrativa e seu trato com os indígenas, o que levou Joaquim Nabuco a afirmar que “seu governo é a época de maior florescimento do Rio Negro sob o regime colonial”. Morreu ainda como governador do Rio Negro, sendo sepultado em Barcelos.

[5] RIO NEGRO, CAPITANIA DE SÃO JOSÉ DO: criada em 1755, por influência do governador Francisco Xavier de Mendonça Furtado para facilitar a administração dos vastos e ermos territórios do Estado do Grão-Pará, a capitania de São José do Rio Negro permaneceu subordinada a esse Estado até 1805, quando passou a responder diretamente à administração central do Rio de Janeiro. Equivalia aproximadamente a região hoje dos estados do Amazonas e Roraima, áreas estratégicas nas questões de limites com a América espanhola. Como o estado do Grão-Pará e Maranhão era um território muito grande e difícil de administrar somente a partir de Belém, Furtado sugeriu à Coroa a criação de uma nova capitania, subordinada a ele, mas com administração em sede própria, mais ao interior. A primeira capital da capitania foi a aldeia de São José do Javari, passando, em 1758, para a vila de Mariuá, que depois se tornou Barcelos; o primeiro a governá-la foi o coronel Joaquim de Melo e Póvoas. Para incrementar a ocupação, a Coroa concedeu privilégios aos colonos, como isenção de pagamento de tributos, perdão de dívidas, além da doação de sesmarias para a agricultura. Até o século XVIII, a presença de colonos portugueses na região da nova capitania se verificava ao longo do rio Amazonas, baseando-se em dois tipos de núcleos populacionais, as missões, controladas por religiosos de diversas ordens, mais notadamente jesuítas, e as fortalezas em pontos estratégicos da bacia do Amazonas, onde se formavam pequenas aldeias e povoamentos. Os principais objetivos desses núcleos eram promover a “civilização” dos índios e rechaçar possíveis invasões europeias pelo rio. Foi somente a partir da governação de Mendonça Furtado, que se começou a elaborar um plano de ocupação do território e domínio das fronteiras, melhorando a comunicação entre as capitanias do Norte. Na década de 1750, fortalezas foram erguidas com a finalidade de defender a região, fornecer gêneros e auxiliar na “pacificação” dos índios. As missões tornaram-se vilas com administração laica e subordinadas ao governo da capitania, num processo acentuado de retirada dos religiosos das funções que cabiam ao poder do Estado. Para povoar mais densamente e consistentemente o território a Oeste, cuja população era composta maciçamente de índios, alguns brancos, e poucos negros, a administração promoveu a criação de vilas e a vinda de imigrantes europeus (lusos). A missão destes colonos seria fomentar a agricultura, tanto de gêneros para subsistência como feijão e milho, como outros para exportação, como cacau, tabaco e café, por exemplo, e a coleta das drogas do sertão. As dificuldades inerentes à região, como a pobreza do solo, o clima, as pragas e a falta de braços, puderam ser verificadas em diversos momentos de crise de abastecimento sofridas pela capitania ao longo do setecentos e do oitocentos. O período áureo da região aconteceria a partir dos últimos anos do século XIX e primeiras décadas do XX, com o ciclo da borracha. (ver D’ALMADA, MANOEL DA GAMA LOBO (1745-1799))

[6] FREIRE, JOSÉ JOAQUIM (1760-1847): pintor e desenhista português nascido em Belas, concelho de Sintra. Formou-se nas oficinas da Fundição do Arsenal Real do Exército. Entre 1780 e 1783, atuou como desenhista da Casa do Risco do Real Museu e Jardim Botânico da Ajuda. Integrou a equipe designada para viagem e expedição filosófica ao Pará, Rio Negro, Mato Grosso e Cuiabá comandada pelo naturalista Alexandre Rodrigues Ferreira na função de desenhista. Nesse período, produziu desenhos, aquarelas de espécies da fauna e flora local. Participou da produção de uma Carta Geral do Brasil, a pedido de d. Rodrigo de Sousa Coutinho no ano de 1795. Seguiu carreira militar no Real Corpo de Engenheiros, alcançando a patente de tenente-coronel em 1837. Em 1822, inventou um carro de escadas para salvação de incêndios. Faleceu em Lisboa.

[7] FERREIRA, ALEXANDRE RODRIGUES (1756-1815): nascido em Salvador, Bahia, em 27 de abril de 1756, doutorou-se no ano de 1779, em Filosofia Natural, pela Universidade de Coimbra reformada por Pombal. Sendo um dos primeiros naturalistas formados em Portugal, tomou parte no projeto das viagens e expedições filosóficas, idealizadas pelo naturalista italiano Domenico Vandelli. Comandou a expedição às capitanias do Grão-Pará, Rio Negro, Mato Grosso e Cuiabá. Durante quase dez anos, de 1783 a 1792, a equipe composta ainda por um jardineiro botânico e dois riscadores, recolheu espécies da flora e da fauna brasileiras, classificou-as, acondicionou-as e enviou remessas a Portugal, consoante com os objetivos do Estado português setecentista de empreender um inventário da natureza de seus domínios. Igualmente, informou sobre as condições administrativas, econômicas, urbanas e demográficas dos povoados que percorreu. A expedição produziu farto material textual, ainda na fase de planejamento as Instruções relativas a Viagem Philosophica, que orientava a equipe sobre a realização das tarefas concernentes à viagem. Ferreira escreveu, ainda, memórias zoológicas, botânicas, mineralógicas e histórico-geográficas, diários, relatórios e trocou farta correspondência com as autoridades locais e metropolitanas. Cabia ao naturalista, também, a inspeção dos desenhos a cargo dos riscadores Joaquim José Codina e José Joaquim Freire. Ao retornar a Lisboa, em 1793, o naturalista foi nomeado vice-diretor do Real Gabinete de História Natural e do Jardim Botânico da Ajuda e não deu continuidade aos estudos e sistematização do material recolhido, como pretendia Vandelli, para produção de uma História Natural das Colônias. Durante a ocupação francesa em Lisboa, em 1808, parte do material recolhido pela expedição foi saqueado e levado à França, sendo recuperado anos mais tarde. Alexandre Ferreira faleceu em Lisboa, sem ver sua obra publicada. Somente a partir de meados do século XIX, seus diários de viagem e algumas de suas memórias seriam publicados.

[8] EXPEDIÇÃO DAS DEMARCAÇÕES: A despeito do Tratado de Tordesilhas que, em 1494 dividiu o novo mundo entre Portugal e Espanha, os três primeiros séculos de colonização ibérica nas Américas assistiram ao avanço da presença lusa pela fronteira imaginária, favorecida em parte pela União Ibérica (1580-1640). Com intuito de atualizar Tordesilhas, Portugal e Espanha assinam, em 1750, o Tratado de Madri quando Portugal incorpora oficialmente o Rio Grande do Sul, Mato Grosso e a Amazônia conforme o princípio do uti possidetis que garantia a posse aos ocupantes da terra. Em decorrência do Tratado de Madri foram promovidas expedições integradas por cartógrafos, engenheiros, astrônomos, geógrafos e riscadores, em geral italianos e alemães, encarregadas de demarcar as fronteiras. Uma das diretrizes da demarcação era o respeito ao curso dos rios, montanhas e acidentes geográficos como demarcadores naturais. Entretanto, na segunda metade do século XVIII, os impasses permanecem, principalmente na região platina, alvo de constantes conflitos militares. De um lado, a Espanha não se conformava com a presença portuguesa em Sacramento, território espanhol segundo o Tratado de Madri, embora estratégico para as pretensões portuguesas no Rio da Prata, e a Portugal interessava a anexação dos Sete Povos das Missões região cedida aos espanhóis. A solução viria com novo tratado, Santo Ildefonso, celebrado em 1777, de caráter preliminar, onde Portugal abria mão da Colônia de Sacramento e das Missões. A partir de Santo Ildefonso são estabelecidas quatro comissões demarcadoras de limites, compostas por dois comissários, dois engenheiros e técnicos incumbidos do mapeamento cartográfico das zonas de fronteira. Ao contrário das expedições decorrentes do Tratado de Madri as do último quartel do XVIII contaram com profissionais portugueses, advindos dos bancos da Universidade de Coimbra reformada. Outra particularidade dessas expedições que refletia as reformas na Universidade, e as novas instituições portuguesas como a Academia Real de Ciências de Lisboa e o Museu de História Natural, foi a crescente incorporação de outros conhecimentos que garantissem o efetivo povoamento do território, como a História Natural. Ao lado das descrições geográficas e das anotações de latitude e longitude, aparecem de forma mais sistemática nos relatórios de viagem descrições da flora e da fauna, observações sobre as populações indígenas, mapas populacionais e referências às técnicas agrícolas empregadas. O documento refere-se à Expedição de demarcação comandada pelo astrônomo Francisco José de Lacerda e Almeida, doutor em matemática pela Universidade de Coimbra, que durante dez anos (1780-1790) percorreu as capitanias do Pará, Rio Negro, Mato Grosso, Cuiabá e São Paulo.

[9] CASTRO, MARTINHO DE MELO E (1716-1795): nascido em Lisboa, foi secretário de Estado dos Negócios da Marinha e Domínios Ultramarinos de 1770 até sua morte. Estudou latinidade, filosofia e teologia na Universidade de Évora, além de direito canônico, em Coimbra, onde se formou bacharel em 1744. Diplomata, iniciou seus trabalhos em 1751, como embaixador em Haia, Holanda, e atuou de forma decisiva na solução de questões conflituosas entre Portugal e Inglaterra, decorrentes da Guerra dos Sete Anos, o que levou à sua nomeação para a Secretaria de Estado. Durante sua gestão como secretário de Estado da Marinha e Domínios Ultramarinos, desempenhou papel central no planejamento e execução das viagens e expedições filosóficas às colônias portuguesas. Melo e Castro foi o principal agente da Coroa envolvido no planejamento das viagens e na interlocução com os naturalistas e administradores locais, com vistas à solução de problemas no decurso das expedições. O secretário foi, ainda, diretor do Real Museu e Jardim Botânico da Ajuda e destinatário das remessas de produtos naturais provenientes das viagens, encaminhados aos museus de História Natural em Lisboa e Coimbra para sistematização, análise e classificação. Demonstrou habilidade na administração pública, muito embora seus escritos apontem que não foi um grande político ou teórico, não reconhecendo o início da crise do sistema colonial durante sua governação. Foi sob sua gestão que ocorreu a Conjuração Mineira (1789), tendo partido de Melo e Castro a ordem para que o governador da capitania de Minas Gerais, Luis Antonio Furtado de Castro, visconde de Barbacena, promovesse a devassa dos envolvidos.

[10] ALBUQUERQUE, MARTINHO DE SOUZA E: coronel de Infantaria do Regimento da Guarnição de Lisboa foi promovido a governador e capitão geral do estado do Grão-Pará. Sua administração, de 1783 a 1790, coincide em grande parte com o período da viagem filosófica de Alexandre Rodrigues Ferreira, com o qual embarcou em Lisboa rumo ao Pará, exercendo papel fundamental na comunicação entre o naturalista e a metrópole. Durante seu governo, comandou uma expedição pela capitania do Pará, através do rio Amazonas, em setembro de 1784. Outros aspectos marcantes de seu governo foram as ações de pacificação e enfrentamento com povos indígenas, além da permanente demanda de mão de obra de índios aldeados para obras públicas, incluindo a demarcação de fronteiras, o que se deu sob o Diretório dos Índios. Em 1790, regressa a Portugal e assume como Governador das Armas da província da Beira.

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